5 coisas que eu jamais faria como pediatra

5 coisas que eu jamais faria como pediatra

Existem 5 coisas que eu jamais faria como pediatra, leia para entender quais são e o porquê.

1) Chamar a mãe de mãezinha.

Isso reflete falta de personalização no atendimento e infantilização da figura materna, o que pressupõe uma assimetria na relação, não parceria e co-responsabilidade na assistência com a criança e adolescente.

2) Forçar exame físico.

Nunca incentivar os pais que façam contenção física ou chantagem/ameaça para que permita a manipulação da criança ao exame físico, exceto em casos de situações de emergência clínica.

Se a criança ou adolescente está desconfortável com exame físico e até com repulsa, não é a hora de fazê-lo, até que a criança seja acalmada ou então que possa ter condições de entender os motivos da aproximação.

Eu, particularmente, examino crianças no colo do cuidador, muitas vezes mamando ou, quando maiores ou adolescentes, só após total compreensão das intenções do exame e de forma voluntária quando a criança permite exame físico, sobretudo da genitália.

Quer saber mais sobre a saúde mental na infância? Clique aqui.

3) Não promover saúde por meio de educação dos cuidadores.

Na minha visão, pouco adianta advogar pelas necessidades da criança ou adolescente, sem capacitar os pais para o manejo das necessidades por faixa etária, sem estimular o autoconhecimento, o autocuidado dos pais, sem elevar o nível de consciência deles sobre o que estão fazendo.

Sendo assim, primeiro é preciso acolher os pais, entendê-los e capacitá-los através de livros, escuta ativa na consulta e encaminhamentos para psicólogo para uma melhor parentalidade. Nós só nos abrimos para mudanças com pessoas nas quais confiamos. Para gerar confiança, é necessário acolhimento e menos julgamento.

4) Mentir para a criança é dizer que não vai doer.

Ou que é só uma picadinha, que não vai pedir exames (mas vai). Ou seja, ver a situação em prol dos interesses dos pais (muito comum em casos de aliança parental e divórcio).

Isto porque, mentir é o primeiro passo para o desrespeito à vulnerabilidade e à inocência da criança e do adolescente. E, em seguida, quebra de confiança do pediatra com a criança.

5) Não me capacitar todos os dias.

As novas demandas da pediatria exigem conhecimentos para além da parte técnica da medicina convencional e complementar. Como desenvolvimento de soft skills, que são atitudes em prol de uma melhor assistência ao paciente como resiliência, empatia, comunicação assertiva, firme e gentil. Clique aqui para saber mais sobre a pediatria integrativa.

Temos diferentes conformações de família, temos crianças e adolescentes com demandas e doenças antes vistas em adultos como obesidade, depressão, ansiedade, diabetes tipo 2, doenças auto-imunes. Temos um volume enorme de informação e necessidades constantes de análise e organização para os pais. Enfim, ser pediatra hoje é muito diferente de ser pediatra há 20 anos.

Por isso é necessário ressaltar que a prática da pediatria evolui constantemente, com a necessidade de aprimoramento e atualização contínuos do profissional. Ser um pediatra atualizado e qualificado é essencial para oferecer a melhor assistência à saúde da criança e adolescente.

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