Não há dúvidas sobre a importância do contato com a natureza na infância para a saúde das crianças e dos adolescentes. Fato que, inclusive, é comprovado por diversos estudos científicos. No entanto, usufruir do ar livre está cada vez mais difícil, principalmente em decorrência da urbanização, que diminui a quantidade, segurança e qualidade das áreas para um “respiro verde”.
O problema da falta de contato com a natureza
IEssa situação faz com que nossas crianças fiquem “emparedas”, ou seja, a maior parte das atividades são realizadas nos ambientes internos, geralmente pouco espaçosos: terrenos férteis para o abuso do uso de telas, privação de sono de qualidade, da presença de sol ameno, de bons relacionamentos humanos, atividade física e aprendizados enriquecidos para cada faixa etária. Esse comportamento colabora para o surgimento de muitos problemas como obesidade, miopia, hiperatividade, ansiedade e depressão, dentre muitas outras doenças.
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Sendo assim, é necessário que médicos, pais e educadores reflitam sobre maneiras de reverter essa situação. Isto porque o convívio com o meio ambiente, principalmente desde a infância, proporciona inúmeros efeitos benéficos que são verdadeiros antídotos aos problemas citados acima.
Os benefícios do contato com a natureza na infância
O primeiro deles é o estímulo da valorização da natureza, porque explorar, estar em contato com o meio ambiente e conhecer diversas espécies na infância é fundamental para que as crianças valorizem a biodiversidade. Além disso, há o incentivo à imaginação e criatividade dos pequenos para encontrarem novas formas de se divertir ao passear em um parque ou praça com familiares ou amigos.
Outro benefício é o desenvolvimento dos cinco sentidos: ouvir o som dos pássaros, tocar a grama, sentir o vento no rosto, cheirar as flores, e até mesmo provar as frutas direto do pé são algumas das experiências que as crianças podem vivenciar. O aprimoramento do desempenho físico também ocorre, já que todos sabem sobre as vantagens que esses exercícios trazem à saúde, e se elas estiverem associadas com o contato com a natureza, se ampliam ainda mais.
Por último, mas não menos importante, de acordo com o Manual de Orientação desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), um dos maiores benefícios é o fortalecimento do sistema imunológico, privilegiando um padrão de resposta imune mais favorável à defesa e menos à autoimunidade e padrão inflamatório, típico de muitas doenças crônicas.
E se não fosse o suficiente, ainda há o favorecimento do desenvolvimento neuropsicomotor, a redução dos problemas de comportamento e equilíbrio dos níveis de vitaminas.
Como usufruir disso?
Para usufruir de tudo basta inserir a natureza na rotina da família. Isso pode ser feito brincando ao ar livre diariamente, explorando-a semanalmente, visitando um parque mensalmente e procurando áreas remotas e selvagens anualmente, por exemplo. É claro que você pode modificar as atividades da maneira que mais se encaixe em seu dia a dia. Mas não se esqueça de lembrar sempre de respeitar o ritmo do seu filho e privilegiar o momento dele com a natureza. Deixe que eles guiem o passeio, mostrando o que desejam observar, e não se esqueça de levar protetor solar e repelente.
Se seu filho for adolescente, incentive-o a encontrar os amigos em áreas abertas. Além disso, leve-o para fazer o que ele mais gosta fora de casa e promova festas de aniversários ao ar livre, por exemplo. De maneira simples pode-se fazer muita diferença na vida das crianças e adolescentes, trazendo mais alegria e bem-estar físico e mental. Se quiser saber mais sobre a importância do contato com a natureza na infância, conte comigo!
Referência:
Daniel Becker, Dirceu Solé, Emmalie Ting, Evelyn Eisenstein, José Martins
Filho, Laís Fleury, Luciana Rodrigues Silva, Maria Isabel Amando de Barros,
Ricardo Ghelman e Virginia Resende Silva Weffort. Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes.
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/manual_orientacao_sbp_cen1.pdf. Acessado em 13 de janeiro de 2023.